Escritora argentina pretende atualizar o "Kama Sutra"
O "Kama Sutra" é dividido em sete livros que abarcam a vida sexual do homem médio. Já os kama sutras de Alicia Gallotti, 58, somam o dobro de volumes, e a autora argentina diz à Folha, por telefone, que vai lançar o 15º.
É que, enquanto a educação sexual sânscrita é para todo mundo, os leitores de Gallotti são fracionados em grupos mais específicos.
Há um guia sexual ilustrado para mulheres heterossexuais, outro para lésbicas, um terceiro para homens que se deitam com homens etc.
A segmentação parece a das revistas com as quais os livros convivem nas bancas de jornal, onde também são vendidos. E vendem: foram mais de 1 milhão de cópias em 14 países de língua latina.
No Brasil, 12 títulos estão no mercado. Custam cerca de R$ 40, mas a editora Planeta não informa a vendagem.
OFÍCIO "BROXANTE"
A escrivã do desejo geral não é formada em ciências biológicas ou sexologia.
Após chegar a Barcelona, exilada da ditadura argentina, na década de 1980, Gallotti foi trabalhar na mídia. Respondia o correio sentimental de uma revista. Escrevia sobre sexo para a "Playboy" espanhola. Mas o ofício, diz, "broxava demais".
Largou o jornalismo, fundou e, em seguida, faliu uma agência matrimonial. "Vi que precisava escrever."
Meses depois, estreava na literatura, com um título sobre o poder mágico dos cristais. Mas o sexo pulsava dentro de sua cabeça. "Era o que eu queria ler e não lia."
Em 1999, terminou um catálogo de posições eróticas que queria chamar "Tudo o que Você Queria Saber Sobre Sexo e Tinha Vergonha de Perguntar". O editor achou o nome longo e pouco explicativo. Sugeriu "Kama Sutra".
Ela relutou. "Mas aceitei. E pensei no livro como uma versão contemporânea, com menos filosofia."
Se invocar a obra que mais lembra sexo é marketing declarado, o que seus livros guardam do original? "Naturalidade. Tive de adicionar senso comum para que o livro fizesse sentido hoje."
Que o digam, por exemplo, as alusivas imagens do "Kama Sutra para Lésbicas".
O sucesso resultou num ritmo de lançamento de quase um título por ano. Todos com desenhos de posições _muitas das quais ela não viu e diz não conceber.
Para dar conta de tantos nichos, ela diz se basear numa lista de milhares de endereços de e-mails de desconhecidos, para os quais dispara perguntas, cândidas ou escabrosas, sobre sexo.
As respostas às escuras servem para descobrir (no papel) o que dá prazer. Quando o trabalho está pronto, é revisado por um médico. "Tudo pela anatomia", diz.
Cada livro que publica pensa ser o último. "Mas sempre há um nicho a explorar!" No ano passado, foi "69 Segredos Indispensáveis para Desfrutar o Sexo", com as perguntas que mais ouviu. "São sempre as mesmas."
Ela omite o tema do próximo livro, o mais "complicado" que já escreveu. Mas acolhe o "chute" quanto ao mote: sexo geriátrico. "Seria ótimo! Estou quase com 60 anos e não penso em outra coisa."
O "Kama Sutra" é dividido em sete livros que abarcam a vida sexual do homem médio. Já os kama sutras de Alicia Gallotti, 58, somam o dobro de volumes, e a autora argentina diz à Folha, por telefone, que vai lançar o 15º.
É que, enquanto a educação sexual sânscrita é para todo mundo, os leitores de Gallotti são fracionados em grupos mais específicos.
Há um guia sexual ilustrado para mulheres heterossexuais, outro para lésbicas, um terceiro para homens que se deitam com homens etc.
A segmentação parece a das revistas com as quais os livros convivem nas bancas de jornal, onde também são vendidos. E vendem: foram mais de 1 milhão de cópias em 14 países de língua latina.
No Brasil, 12 títulos estão no mercado. Custam cerca de R$ 40, mas a editora Planeta não informa a vendagem.
OFÍCIO "BROXANTE"
A escrivã do desejo geral não é formada em ciências biológicas ou sexologia.
Após chegar a Barcelona, exilada da ditadura argentina, na década de 1980, Gallotti foi trabalhar na mídia. Respondia o correio sentimental de uma revista. Escrevia sobre sexo para a "Playboy" espanhola. Mas o ofício, diz, "broxava demais".
Largou o jornalismo, fundou e, em seguida, faliu uma agência matrimonial. "Vi que precisava escrever."
Meses depois, estreava na literatura, com um título sobre o poder mágico dos cristais. Mas o sexo pulsava dentro de sua cabeça. "Era o que eu queria ler e não lia."
Em 1999, terminou um catálogo de posições eróticas que queria chamar "Tudo o que Você Queria Saber Sobre Sexo e Tinha Vergonha de Perguntar". O editor achou o nome longo e pouco explicativo. Sugeriu "Kama Sutra".
Ela relutou. "Mas aceitei. E pensei no livro como uma versão contemporânea, com menos filosofia."
Se invocar a obra que mais lembra sexo é marketing declarado, o que seus livros guardam do original? "Naturalidade. Tive de adicionar senso comum para que o livro fizesse sentido hoje."
Que o digam, por exemplo, as alusivas imagens do "Kama Sutra para Lésbicas".
O sucesso resultou num ritmo de lançamento de quase um título por ano. Todos com desenhos de posições _muitas das quais ela não viu e diz não conceber.
Para dar conta de tantos nichos, ela diz se basear numa lista de milhares de endereços de e-mails de desconhecidos, para os quais dispara perguntas, cândidas ou escabrosas, sobre sexo.
As respostas às escuras servem para descobrir (no papel) o que dá prazer. Quando o trabalho está pronto, é revisado por um médico. "Tudo pela anatomia", diz.
Cada livro que publica pensa ser o último. "Mas sempre há um nicho a explorar!" No ano passado, foi "69 Segredos Indispensáveis para Desfrutar o Sexo", com as perguntas que mais ouviu. "São sempre as mesmas."
Ela omite o tema do próximo livro, o mais "complicado" que já escreveu. Mas acolhe o "chute" quanto ao mote: sexo geriátrico. "Seria ótimo! Estou quase com 60 anos e não penso em outra coisa."
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