Dado faz parte de estudo sobre a incidência da doença na América Latina
A cada 10 mulheres diagnosticadas com câncer de mama no País, quatro vão morrer vítimas da doença. O dado faz parte de um levantamento sobre a doença encabeçado pela pesquisadora Nahila Justo, diretora da consultoria externa Optum Insight, especializada em saúde.
“Entre todos os países da América Latina, o Brasil e o Panamá foram os que tiveram menos progressos contra a doença se compararmos 2002 a 2008”, aponta Nahila.
Nesses últimos anos, exemplifica a pesquisadora, a Costa Rica conseguiu reduzir pela metade a taxa de mortalidade do câncer de mama. Na Europa, esse índice é de duas mortes para cada 10 diagnósticos.
Dentre todos os tipos de câncer, o de mama ainda é o mais fatal para a população feminina. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que 52.868 mulheres sejam vítimas da doença este ano.
“E a tendência é que o número de casos dobre até 2030 na região”, garante Nahila.
O aumento nos números está relacionado com o envelhecimento da população, a redução na taxa de natalidade e o aumento na expectativa de vida.
“Estamos observando uma transição epidemiológica. As pessoas estão vivendo mais e, por isso, tendo mais câncer”, avalia Denizar Vianna, professor do departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Nahila ressalta também a idade da primeira gestação (geralmente acima dos 30 anos), o uso de anticoncepcionais orais e a terapia de reposição hormonal como outros fatores para explicar esse aumento.
O estudo revelou também a diferença na idade em que o câncer acomete as mulheres nos países latino-americanos e nos europeus.
"Na América Latina são mulheres mais jovens, em idade produtiva. Mais da metade (60%) estão em plena capacidade de trabalho e têm filhos pequenos, afetando os recursos do país”, ressalta.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico tardio explica parte dos resultados ruins na região. Quase 40% das mulheres brasileiras descobrem o câncer de mama no estágio avançado da doença, quando as chances de cura são menores e os tratamentos mais agressivos.
O dado é de outra pesquisa sobre a doença, realizado pelo Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAN), e corrobora os índices apresentados nesta sexta-feira (25). Nos Estados Unidos, 61% conseguem rastrear a doença na fase inicial.
A cada 10 mulheres diagnosticadas com câncer de mama no País, quatro vão morrer vítimas da doença. O dado faz parte de um levantamento sobre a doença encabeçado pela pesquisadora Nahila Justo, diretora da consultoria externa Optum Insight, especializada em saúde.
“Entre todos os países da América Latina, o Brasil e o Panamá foram os que tiveram menos progressos contra a doença se compararmos 2002 a 2008”, aponta Nahila.
Nesses últimos anos, exemplifica a pesquisadora, a Costa Rica conseguiu reduzir pela metade a taxa de mortalidade do câncer de mama. Na Europa, esse índice é de duas mortes para cada 10 diagnósticos.
Dentre todos os tipos de câncer, o de mama ainda é o mais fatal para a população feminina. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que 52.868 mulheres sejam vítimas da doença este ano.
“E a tendência é que o número de casos dobre até 2030 na região”, garante Nahila.
O aumento nos números está relacionado com o envelhecimento da população, a redução na taxa de natalidade e o aumento na expectativa de vida.
“Estamos observando uma transição epidemiológica. As pessoas estão vivendo mais e, por isso, tendo mais câncer”, avalia Denizar Vianna, professor do departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Nahila ressalta também a idade da primeira gestação (geralmente acima dos 30 anos), o uso de anticoncepcionais orais e a terapia de reposição hormonal como outros fatores para explicar esse aumento.
O estudo revelou também a diferença na idade em que o câncer acomete as mulheres nos países latino-americanos e nos europeus.
"Na América Latina são mulheres mais jovens, em idade produtiva. Mais da metade (60%) estão em plena capacidade de trabalho e têm filhos pequenos, afetando os recursos do país”, ressalta.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico tardio explica parte dos resultados ruins na região. Quase 40% das mulheres brasileiras descobrem o câncer de mama no estágio avançado da doença, quando as chances de cura são menores e os tratamentos mais agressivos.
O dado é de outra pesquisa sobre a doença, realizado pelo Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAN), e corrobora os índices apresentados nesta sexta-feira (25). Nos Estados Unidos, 61% conseguem rastrear a doença na fase inicial.
Para mudar esse quadro, Nahila acredita que é preciso melhorar o conhecimento de governantes, médicos e pacientes sobre a enfermidade.
“Entendo que em países com recursos limitados como na América Latina é preciso equilibrar investimento em diagnóstico e tratamento. Por isso, acho que fazer a mamografia aos 50 anos é suficiente. Mas precisamos também acompanhar de perto mulheres com alto risco de desenvolver a doença e incentivar o exame de toque antes dos 50. Ginecologistas e enfermeiros também devem estar preparados para realizar o exame. Isso seria um avanço”, diz a especialista.
“Temos um número bom de pessoas fazendo mamografia, mas o exame é ruim. No Rio de Janeiro, por exemplo, 70% dos exames precisam ser refeitos porque são de péssima qualidade. Além disso, a mulher demora meses para conseguir uma consulta, ela pode esperar até seis meses para passar por um ginecologista. O governo tem feito vários esforços, mas a demanda ainda não é suprida e há muita diferença entre os estados”, completa Gilberto Amorim, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
O levantamento do GBECAM mostra que na rede pública 37% das mulheres descobrem a doença em estágio avançado contra 16,2% da rede privada. O estudo ressaltou também as diferenças regionais. Na região Norte, por exemplo, 46,2% das mulheres recebem o diagnóstico de câncer avançado contra 25% no Sul.
Para Amorim, além da questão dos exames, é preciso oferecer um melhor treinamento aos agentes de saúde e garantir o encaminhamento correto dos pacientes.
“Não podemos ter centros de referência tão frágeis, nem tanta dificuldade de acesso, porque tudo isso resulta em um diagnóstico tardio”, completa.
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